O vírus HTLV-1 pode estar associado a inflamação pulmonar. A infecção por este vírus é extremamente frequente em Indígenas da parte central da Austrália. Pesquisadores resolveram então investigar se a infecção por HTLV-1 poderia estar associada a alta taxa de alterações pulmonares (bronquiectasia*) que é observada nesta população.
Os pesquisadores avaliaram 80 adultos indígenas com bronquiectasia e 160 sem bronquiectasia (grupo controle). Eles avaliaram os dados clínicos, laboratoriais (incluindo diagnóstico da infecção e carga proviral do HTLV-1) e exames de raio X. Os participantes do estudo foram acompanhados por cerca de 1 ano.
A carga proviral do HTLV-1 do grupo de pacientes com bronquiectasia foi 8 vezes maior do que dos pacientes sem bronquiectasia. Além disso, pacientes com elevada carga proviral do HTLV-1 apresentavam mais alterações pulmonares observadas no raio X.
Os autores observaram que os principais preditores de bronquiectasia foram: episódio de infecção grave de trato respiratório anteriormente, e carga proviral elevada de HTLV-1. Além disso, a presença de bronquiectasia e elevada carga proviral de HTLV-1 foram identificados como preditores de morte dos pacientes durante o acompanhamento.
Os autores concluíram então que a elevada carga proviral do HTLV-1 está associada com bronquiectasia e com alterações pulmonares mais extensas observadas no raio X. Estas alterações podem ser resultado de reação inflamatória nas vias respiratórias causada pelo HTLV-1.
Para saber mais: "Predictors of non-cystic fibrosis bronchiectasis in Indigenous adult residents of central Australia: results of a case-control study"
Einsiedel L, et al.
Publicado na revista: ERJ Open Res 2019. PMID 31911928 Free PMC article.
* Para saber mais sobre Bronquiectasia: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/bronquiectasias-e-atelectasia/bronquiectasia
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